Na noite desta terça-feira (02.05), o 2º Tabelião de Notas de São Paulo - Capital deu o primeiro passo para o que já pode ser considerado um marco na história do cartório: lançou o curso “Escola de Escreventes”. A serventia, que prima pela qualidade em todas as áreas em que atua, iniciou o treinamento contínuo para a formação de seus escreventes.
Com o objetivo de capacitá-los para atingirem a excelência nos serviços realizados, o tabelião Anderson Henrique Teixeira Nogueira ministrará o curso de três a quatro vezes por semana, durante o horário de expediente dos colaboradores, sempre das 17h10 às 18h. “Esse é um projeto idealizado há muito tempo, já fiz algumas palestras para reciclagem de escreventes, mas este curso será para formação de novos profissionais, para termos excelência na atividade notarial”, declarou o titular do cartório.
O treinamento abordará desde temas administrativos e alguns rotineiros, que fazem parte do atendimento no balcão, a curso de oratória, aulas de português, até assuntos mais complexos relacionados às leis e procedimentos jurídicos. “O escrevente, por meio do tabelião, também é detentor da fé pública, e durante o trabalho ele diz o que é lícito, o que é verdade, o que está conforme a lei, o que é legítimo e constitucional, há um grande bônus, e também o ônus, por isso é uma atividade de extrema responsabilidade”, destacou o tabelião.
Primeiro dia aborda objetivos do curso e mitos da área
No primeiro dia do curso, Nogueira apresentou todas as naturezas de cartório existentes e discorreu sobre alguns mitos, como o de acreditarem que só existem cartórios no Brasil, e destacou a presença das serventias em 86 países, atendendo 2/3 da população mundial.
Sobre serem os cartórios resquícios da monarquia, concordou que isso já foi verdade, contudo, explicou que atualmente os tabeliães e registradores recebem a outorga do Estado após passarem em Concurso Público e, assim, é delegado a eles um exercício privado com autonomia de atividade pública. Hoje a atividade é republicana e com fiscalização ferrenha do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ao abordar o mito de que os cartórios são desnecessários, o titular do 2º Tabelião de Notas citou uma afirmação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão, que acredita que “estamos num momento de guinada: ou o Poder Judiciário segue no rumo da solução extrajudicial de conflitos ou vamos partir para o colapso”.
Em seu lançamento, o curso já conta com cerca de 15 participantes, e o tabelião abriu espaço para que mais interessados, entre os colaboradores, façam parte do projeto.
Maristela Shiotoko, escrevente participante do curso, apoiou da iniciativa. “Muito produtiva, um curso desse nível teria um custo alto, todos devem aproveitar a oportunidade para o aperfeiçoamento”, defendeu.
“Estou achando o máximo, o tabelião me deu a oportunidade de subir do cargo de auxiliar para escrevente em três meses, e como estou cursando Direito, com certeza o curso me ajudará muito, só tenho a agradecer”, frisou Lucas de Santana Zacarias.
A auxiliar Ana Laura Rodrigues também está contente com o treinamento. “Achei a ideia espetacular, o tabelião é uma pessoa de visão e gestão, será muito importante para todos nós”, finalizou.
Autor
O cartório
Categoria
Notícia
Data
3 • Mai • 2017